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O Paraguai enfrenta um desequilíbrio significativo na sua cadeia de abastecimento agrícola, particularmente no que diz respeito à produção de produtos básicos como batatas, tomates e cebolas. Com apenas 5% da procura de batata e uma escassa cobertura de 50% da procura hortícola global satisfeita por fontes locais, o país depende fortemente das importações, o que conduz a flutuações sazonais pronunciadas nos preços.
O recente aumento nos preços do tomate, atingindo G. 20,000 por quilo (USD 2.70), motivou a intervenção estatal devido ao seu impacto na acessibilidade do consumidor. No entanto, uma análise aprofundada revela as causas profundas deste comportamento e a dura realidade da produção hortícola no Paraguai.
De acordo com o relatório “Con la Soja al Cuello 2023” da Base Investigaciones Sociales, a produção nacional atende apenas 45% da demanda do mercado de tomate, seguida pela cebola com 40%, pimentão com 25% e batata com apenas 3%. Victor Imas, autor deste artigo, elucida os factores que influenciam esta tendência, apoiado em dados de importação que mostram uma elevada dependência de produtos estrangeiros. A batata lidera a lista com uma incidência de 30%, seguida da cebola com 29% e do tomate com 17%, mesmo que a procura seja complementada pelo contrabando.
Sarah Zevaco, co-pesquisadora e autora de “Agroindustria o agricultura campesina: ¿De onde viene lo que comemos?” enfatiza a influência do controle empresarial nas decisões de importação, levando ao aumento do contrabando. Isto não só tem impacto nos pequenos produtores, mas também sujeita os consumidores a preços elevados e a uma qualidade comprometida, uma vez que os produtores ilegais escapam ao escrutínio.
Para fazer face aos recentes aumentos de preços, Zevaco propõe limitar os preços para combater a especulação alimentada por importações legais e ilegais. Isto exige alocação orçamentária dentro da cadeia de abastecimento, justificando-a como um fator essencial comida item.
Zevaco defende o investimento estatal em pequenas explorações agrícolas, concentrando-se em infra-estruturas como estufas e sistemas de irrigação, especialmente tendo em conta os desafios colocados pelas alterações climáticas. Além disso, ela destaca a necessidade de maior formação técnica dos trabalhadores rurais para melhorar a qualidade dos produtos.
No entanto, o Ministério da Agricultura e Pecuária carece de um programa específico para o sector hortícola, apesar das propostas da Federación Nacional Campesina em 2019. O orçamento reduzido diminui ainda mais o apoio à agricultura familiar, reflectindo uma preocupante falta de consideração pela produção de alimentos e pelo direito à nutrição adequada.
Nutrindo a resiliência na agricultura do Paraguai
A situação agrícola do Paraguai exige atenção imediata e soluções holísticas. Equilibrar a dependência das importações, abordar as flutuações de preços e investir em práticas agrícolas sustentáveis são passos cruciais. Dado que as alterações climáticas têm impacto na produção, são imperativas iniciativas lideradas pelo Estado para os pequenos agricultores e um apoio robusto ao sector hortícola. Alcançar a segurança alimentar exige um esforço concertado, reconhecendo o papel fundamental da agricultura no bem-estar da nação.