A Bolívia está a fazer progressos na valorização dos seus produtos agrícolas e um exemplo brilhante é a nova unidade operacional Planta de processamento de batata em El Alto, que agora atingiu 100% da capacidade operacional, de acordo com uma inspeção recente feita por funcionários do governo e jornalistas. Construído com um investimento público de mais de 162 milhões de bolivianos (aproximadamente US$ 23.5 milhões), a unidade foi inaugurada em Setembro de 2024 pelo Presidente Luis Arce, e já está deixando sua marca no setor local de processamento de alimentos.
Investimento estratégico na industrialização da batata
Localizado em um Local de 2.4 hectares in Distrito 14 de El Alto, a planta apresenta quatro linhas de produção avançadas, cuidando de tudo, desde a limpeza e descascamento até o corte, escaldamento, congelamento e embalagem. Esta moderna instalação já processou 150 toneladas de batatas em três produtos principais:
- "Rapidez" – Batatas fritas congeladas e pré-fritas prontas em apenas 10 minutos
- “Purê Puro” – Purê de batata suave
- “Batatas fritas Papax” – Flocos de batata crocantes feitos com amido reaproveitado
A planta emprega 27 trabalhadores treinados, a maioria delas locais, e enfatiza segurança alimentar, rastreabilidade e utilização eficiente de resíduos, especialmente o amido, que é reutilizado para produzir chips, minimizando as perdas de produção.
Por que isso importa
A Bolívia está entre os cinco maiores países produtores de batata na América Latina, com uma produção média de cerca de 1.1 milhão de toneladas métricas por ano, segundo dados da FAO. No entanto, grande parte dessa produção tem sido tradicionalmente vendida fresca, com valor agregado limitado. Instalações como a fábrica de El Alto visam mudar isso diversificar a produção, estabilizar os rendimentos dos agricultores e criar empregos locais.
A localização estratégica em El Alto, perto de importantes zonas de produção em terras altas, facilita a obtenção de tubérculos de qualidade e apoia o desenvolvimento regional. A mecanização completa da planta — desde linhas de lavagem automatizadas para sistemas de preservação de choque térmico — representa um salto à frente para a tecnologia pós-colheita boliviana.
Escrutínio Público e Transparência
As críticas sobre o estado operacional da central — provocadas pelos comentários públicos de um activista local — levaram a uma inspeção transparente liderada pelo governo. Vice-Ministro da Industrialização Luís Siles esclareceu que a pausa temporária observada foi devido a um processo de reabastecimento de gás de rotina pela YPFB, necessário para operações seguras. Ao convidar a mídia e a sociedade civil para testemunhar a usina em ação, o governo reafirmou seu compromisso com a transparência e a eficiência do investimento público.
A operação em grande escala da Fábrica de Processamento de Batata de El Alto simboliza uma nova era na industrialização agrícola da Bolívia. Ao transformar batatas cruas em produtos de marca de alto valor, a planta não só melhora retornos econômicos para os agricultores mas também reduz as importações de alimentos e estimula o emprego regional. Para engenheiros, agrônomos e formuladores de políticas, este projeto fornece um modelo replicável de como o desenvolvimento agroindustrial integrado pode impulsionar economias locais e criar sistemas alimentares sustentáveis.